Mário, 43 anos.
Trrrimm, trrrrimmm, trrrimmm. Acorda às 6 da manhã, toma café, escova os dentes, vai trabalhar. Digita, digita, digita, almoça, digita, digita. Vai para casa, come, dorme. E assim vive Mário, buscando. Que busca? Bom, aquela que cada indivíduo tem a sua. Mário passa dia após dia atrás de uma tela que emite luz, e no início do mês, sua busca cai na conta.
Trrrimm, trrrrimmm, trrrimmm. Acorda às 6 da manhã, toma café, escova os dentes, vai trabalhar. Digita, digita, digita, almoça, digita, digita. Vai para casa, come, dorme. Acorda às 10 da manhã. COMO? Atrasado! Escova os dentes, corre, corre, corre. Bom, o despertador não tocou, mas sabe como é, né? Depois de 13 anos na empresa, seu primeiro deslize. Demitido.
Volta para casa, revoltado, reflete sobre sua vida, viveu para a busca. Acumulou, mas não aproveitou. O único certo é o presente, aquele feito no momento vivido. Mário inverteu, enxergou o futuro como palpável e viveu tentando tocá-lo, controlá-lo, tê-lo. Assim, jamais atingiu o prazer do momento almejado.
Mário via a busca, a qual o impediu de aproveitar as vírgulas da vida.