Sofia é surpreendente, adolescente e – por vezes – uma velhinha barroca (preste atenção a seus poemas). No Clube de Escrita Criativa (Colégio João Paulo I-Sul, 2018) por mim ministrado, conheci Sofia. No segundo encontro, chegou aquela menina (às vezes, furacão) loira, de olhos claros… e ávida pela escrita. Os textos que vocês lerão – dessa mulher que, em breve, será minha colega (optou pelas Letras) – podem provocar mil reações diferentes, exceto monotonia. O prefixo “ex” não cabe para Sofia: ela sempre fará parte da essência do JPSul.
Maria Tereza Faria Professora de Língua Portuguesa Coordenadora da área de Linguagens – JPSul
Medos II
Mesmo se fossem uma mísera
parte de mim
Eu ainda faria história (no papel ou em memória)
Eu não perderia o prumo, não
Mudaria meu rumo
eu ainda seria assim
Ainda escreveria aqui que sinto
Pois tudo é vero, não minto
Palavras falsas pouco duram
As verdadeiras, muito curam
Tudo aquilo que faz doer
Então, se tenho de temer meus medos
Fico feliz ao contá-los nos dedos
E, logo mais, vê-los ceder
E acredite no que digo
“Comodidade” não é um perigo
Não é vergonha precisar de
um ombro amigo
Quando é preciso separar
o joio do trigo
Sofia Brunstein – 3ª Série EM JPSul – 2020
junho de 2021
Porto Alegre
Porto meu de origem, meu porto de nascença Porto Alegre, minha querida, tu és rica de presença Da presença de artistas e de escritores De anônimos benfeitores
Hoje, és dona dessa poesia (não de prosa) Teu céu nem sempre é azul Tu não és “joia glamurosa” Mas és meu berço no Sul